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24/02/2011

Andando na contramão.

Cada vez mais vemos atitudes erradas serem tomadas como solução para os problemas do esporte.

O despreparo de nossos políticos e dirigentes esportivos fica evidente quando lemos os jornais do país. Tanto faz ler a coluna de esportes, economia ou política pública. Enquanto o Prefeito de São Paulo dá incentivo fiscal para a construção de um estádio de futebol, nega-se incentivo fiscal as empresas que, por ventura, venham a ligar-se ao esporte não profissional.


Mas tem uma lei de incentivo. Burocrática, trabalhosa e inatingível. Para se obter uma verba, que será depreciada quando da sua liberação, é necessário um projeto que será avaliado por gente que nunca militou no meio e que acha que árbitro, juiz e outros que labutam durante um evento esportivo, devem fazê-lo por diletantismo. Só falta dizer que é feio ganhar dinheiro com esporte, aquele de outrora, o amador. Amador é aquele que disse que esse trabalho deve ser voluntário. Encher o carrinho do supermercado ou pegar condução para ir ao local do voluntariado, ou mesmo ir à escola não se paga com o sorriso que se exige de quem trabalha de graça. Depois dizem que o pegador de bolinha no tênis, está sendo explorado. É trabalho escravo.


Concordo! É melhor mesmo deixá-los nos semáforos fazendo malabares. É mais saudável, mais educativo. Serão cidadãos honestos, dignos e produtivos.


A Rede Globo estreou o programa Bem Estar e disseram que não é necessário ir à academia para fazer atividade física. Em breve dirão que esse profissional de orientação física deve ser um voluntário. O seu diploma que não custa quase nada, deverá ser estampada nas costas da sua camiseta.


Acho que o problema é esse. Engravatados incompetentes tem inveja do tênis, do calção e da camiseta, fardamento bem mais confortável que os ternos que usam. Ou será que é verdade que a atividade física é desnecessária ao ser humano?


Estamos criando a contra mão da sensatez. Vamos cobrar medalhas em Londres e no Rio de Janeiro, mas sem investirmos na base, nas crianças que serão adultos, atletas do futuro. Quando o fazemos, liberamos verbas que são desviadas nos programas instalados nas prefeituras e não postos em prática, ou administrados por ONGs que desviam a verba do destino de origem em prol do sustento de candidaturas e manutenção de partidos políticos. A que deve se prestar?


Os mesmos engravatados inescrupulosos regam a whisky as festas esportivas, que deveriam servir de exemplo de saúde e bem estar, mas que alegam não haver a verba para a arbitragem de um torneio regional ou estudantil.

Estamos fadados ao fracasso se não mudarmos rumo dessa história.  


Gilberto José Bertevello – CREF 000.001 SP
Presidente do Sindicato das Academias de São Paulo.
Presidente da Federação de Boxe de São Paulo.